Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere,
tudo acaba.
Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais
a corações de cera !
São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal
de haverem de durar pouco, que terem durado muito.
São como as linhas, que partem do centro para a circunferência,
que quanto mais continuadas,
tanto menos unidas.
tanto menos unidas.
Por isso, os antigos sabiamente pintaram o amor menino;
porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho.
De todos os instrumentos com que o armou a natureza,
o desarma o tempo.
o desarma o tempo.
Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira;
embota-lhe as setas, com que já não fere;
embota-lhe as setas, com que já não fere;
abre-lhe os olhos, com que vê o que não via;
e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge.
A razão natural de toda esta diferença
é porque o tempo tira a novidade às coisas,
descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta
é porque o tempo tira a novidade às coisas,
descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta
que sejam usadas para não serem as mesmas.
Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor ?!
O mesmo amar é causa de não amar
e o ter amado muito, de amar menos.
Será???
e o ter amado muito, de amar menos.
Será???
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